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segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Paper bag

Resolvi que é melhor andar devagar. Que nesse ritmo as coisas acontecem. Enquanto corro, esbarro e derrubo todos eles. Derramo possibilidades. Chego nos lugares sempre cansada, impaciente, contando os minutos pra sair. Se tivesse uma maneira melhor de ir. Um caminho mais curto. Minhas neuras, seus problemas, uma estrada e a sua boca.

Mas, os caminhos não existem. As neuras ficam. Seus problemas continuam. Não encontro a estrada. E, a sua boca fica por aí soltando algumas palavras ao vento.

Vou me mover do meu jeito. Andar e dançar conforme a música que eu escolher. Brincar de imitar a nêga. Fazer da mesa um piano imaginário. Meus dedos no ar como se pedisse mais uma dose de alguma coisa que faça meus olhos brilhar mais.

Ontem, eu andei. Desci e subi todas aquelas avenidas que passamos um dia juntos. Conversando sobre nada que encurta-se o caminho. Andei devagar por todas aquelas ruas. Com um copo cheio de um líquido rosa, da inauguração de umas lojas, naquela rua. Na rua do nosso bar. Só que do outro lado. Na rua da nossa casa. Mas, era longe dela.

Atravessei as avenidas. Andei. Andei, ainda devagar conversando sobre os caras. Os caras que já morreram e transformam a ficção deles na nossa realidade.

Eu e a minha amiga paramos entre fumaça e garrafas, conversando sobre esses que de um jeito qualquer nos faz querer encontrar o caminho. Naquele lugar que já não consigo classificar como um boteco na praça. É o meu boteco. O meu canto. A minha segurança velada por essa cidade. Debaixo dos pés das lembranças. Paramos e, não preciso te contar, não achei o caminho. Mas, ainda tenho a séria intenção de só me mover do meu jeito.

Um comentário:

Anônimo disse...

adorei.
realmente queria conversar com você depois desse fds!

e sabe de uma coisa?
você tipo uma irmã que eu nunca tive.

=]

=***