Hoje quando acordei não fui trabalhar. Dois furos em duas veias diferentes do mesmo braço e ainda assim não me sentia bem.
Tenho sonhos que não me deixam dormir. Já vi Hitler ser médico, apresentador de TV sem calças com as pernas tatuadas. Escutei um pernilongo me dizer não tinha escapatória e minha mãe não se importou que uma prima me enterrasse viva de novo.
Mais bizarro que isso é ter um emprego medíocre que não acrescenta nada, que exige um dress code ridículo e que não paga nem minha faculdade.
Meus pais e algumas pessoas que me ajudam vêm se mostrando verdadeiros mestres do surrealismo, meus Salvadores Dali.
Especificamente hoje eu queria que tudo parasse, porque algumas pessoas e situações me causam preguiça e parece que eu estou entorpecida e até os meus sonhos parecem fazer mais sentido do as coisas que acontecem ao meu redor.
Tenho a sensação que um passo a frente nem sempre significa avanço e que progredir em algo não quer dizer que eu vá conseguir o que realmente quero.
Já consegui muito, mas parece que nunca é o suficiente, uma eterna insatisfeita quem sabe, nunca estou verdadeiramente feliz comigo e com minhas decisões, mas quem será que está?
Só por um dia eu não queria os meus pensamentos, não queria o meu pessimismo e nem o dois e o seis.
Quero aprender a ler de novo e achar o gibi a melhor invenção do mundo.
Ser nina de novo e esquecer o que me tornei. Parar no espelho e reconhecer a imagem como minha e talvez sentir orgulho do que ainda posso ser.
Queria somar dois com seis e ser oito feliz ou não.