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segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Tempos

E apesar do que havia dito, tudo o que restou em sua mente foi aquela frase:

- vá e me esqueça.

De que maneira o amor se transforma em aversão? O começo, o meio, tudo foi diferente. E, agora, no final. Bom, foi o fim. Da mesma maneira como deixou o quarto, chegou ao portão. Os cabelos caindo sobre o rosto manchado de lágrimas. Alí parada, resolveu sentar nas escadas, para se despedir do passado que seria obrigada a esquecer. Seu vestido vermelho escorria pelos degraus, e os pés descalços arrematavam a cena.

Foi assim que ele a encontrou. No minuto em que vira a porta fechar, arrependerá-se do já dito.

- fique.

A voz veio como pedra. A atingiu. A dor momentânea, seguida de alívio. Mas naqueles segundos, com a tristeza em seus olhos e os pés no chão, decidiu que após o erro, nada voltaria a ser como o passado. E que não valeria rejuntar os cacos para o futuro, o resultado final não a satisfaria.

Levantou, sorriu e caminhou até o portão. Adeus.

Tudo o que ele viu foi um rastro vermelho e, depois … não houve depois.