A bomba que explodiu e afastou todos que estavam nos arredores atraiu, ao menos, uma pessoa. Ela sabia, obviamente, distinguir a explosão da bomba da dos fogos de artifício, ademais o espetáculo pirotécnico parecia muito mais palpável do que se estivesse no céu: estava ao seu alcance contrariando qualquer expectativa anterior. Dirigiu-se decidida a ela em meio à nebulosa e densa atmosfera, já quase deserta.
Seguindo por entre escombros e poeira, não via nem o que deixava para trás quanto menos o que vinha adiante, mas algo ainda lhe dava o rumo certeiro daquela decisão duvidosa para tantos. Confundindo pretérito e futuro, buscava resolver os seus conflitos atuais como nunca havia feito e com a convicção de que era dessa forma que acertaria todo o resto, os de ontem, amanhã e depois.
Sirenes gritavam e logo as autoridades amparavam aqueles que tentavam se afastar; o sangue já se alastrava vívido pelo asfalto, ultrapassando inclusive a cortina de fumaça que ocultava o miolo do caos. Havia uma mórbida e sensata razão para continuar até ele, pois já não adiantava manter a negligência.
A fuga da ilha que isolava do outro lado a verdadeira sensibilidade cruzava esta trilha onde a bomba explodiu, em seu curso já habitual. Dessa vez não foi necessário buscar um atalho.
Mais do que os soberbos fogos de artifício das festas finais, as bombas continuarão estourando com semelhante freqüência.
Um novo ano mais corajoso talvez esteja por vir, para lidar com todas as que se denunciarem pelo caminho.
Seguindo por entre escombros e poeira, não via nem o que deixava para trás quanto menos o que vinha adiante, mas algo ainda lhe dava o rumo certeiro daquela decisão duvidosa para tantos. Confundindo pretérito e futuro, buscava resolver os seus conflitos atuais como nunca havia feito e com a convicção de que era dessa forma que acertaria todo o resto, os de ontem, amanhã e depois.
Sirenes gritavam e logo as autoridades amparavam aqueles que tentavam se afastar; o sangue já se alastrava vívido pelo asfalto, ultrapassando inclusive a cortina de fumaça que ocultava o miolo do caos. Havia uma mórbida e sensata razão para continuar até ele, pois já não adiantava manter a negligência.
A fuga da ilha que isolava do outro lado a verdadeira sensibilidade cruzava esta trilha onde a bomba explodiu, em seu curso já habitual. Dessa vez não foi necessário buscar um atalho.
Mais do que os soberbos fogos de artifício das festas finais, as bombas continuarão estourando com semelhante freqüência.
Um novo ano mais corajoso talvez esteja por vir, para lidar com todas as que se denunciarem pelo caminho.
2 comentários:
É um contraste, realmente.
A felicidade momentânea.
A fragilidade que se faz presente em situações como essas me faz pensar em quanto devemos dar valor à vida.
Tão simples, tão fácil sucumbir.
E continuamos aqui. Festejando fogos aos céus, milagrosamente desviando dos fogos ao chão.
Bjs!
Toad
Para alguns as bombas são como shows pirotécnicos.
Cada qual com seu sadismo tentando levar o mundo.
Ótimo o texto e ótica que vc tratou o assunto Nana.
Beijo
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