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domingo, 23 de dezembro de 2007

I'm gonna waste my time

Na mesa do bar olhava todas as minhas certezas. Eu sempre levantei e busquei tudo o que quis. Não importa a quantos mil metros a vida estivesse. Nunca fiquei pulando e delimitando verdade e mentira. Só importava o que eu queria, mesmo que o que eu quisesse estivesse em uma espelunca do outro lado da cidade.

Naquela mesa, alimentando meus vícios, ouvindo o meu amigo, meu corpo saia da órbita. Eu procurava no fundo de tudo aquilo uma coisa que perdi. Uma vida que perdi. As palavras que cortaram o meu sentimento. Antes era admiração. Hoje, é rancor e um misto de qualquer coisa que não sei definir.

O teclado do meu computador pesa muito mais do que o comum. Uma palavra de cada vez. Um sentimento de cada vez. Um medo em letras, de cada vez. É isso.

Eu sou viciada em pessoas. Eu falei pro meu amigo que nunca amei de verdade. Talvez, seja verdade ou eu tenha colocado amor no mesmo lugar dos sentimentos ruins e quando você faz isso, só encontra o amargo. Coisas pequenas tem uma proporção enorme e eu subo a avenida querendo encontrar a frente do primeiro ônibus. Acabar com tudo.

Chega.

Os outros não me convencem. A vida não me convence mais. Tinham peças fora do lugar e o vento começou a ser mais forte. Os dias bons. Os amigos, as dancinhas, a saudades ENORME dos meus amigos do colégio e das nossas festas com o aumento de álcool gradual e a diversão na medida certa. Nunca experimentei tanta sinceridade como naqueles dias. Eles sabiam que se eu perguntasse era porque queria saber. Por dois ou três eu daria a vida.

A ladeira da ete, as escadas da casa do Rafa, a festa havaiana e a chuva. Tudo, tudo. É tanta saudades. E agora, todos eles entram em um avião e vão. Um de cada vez. Mas, vã é tudo aquilo que vai. E eles só mudam de país. Atrás dos seus sonhos.

Todos meus erros propositais ou não, deixaram o passado em lembranças. Tudo que eu quis fazer. Agora, eu flutuo na superfície, fico ali tentando descer e procurar ar. Lá em cima é tudo muito rarefeito. Nas raras vezes que olho para trás, percebo que me divirto tateando ao meu redor. Eu vou cometer mais um erro. E por que eu não poderia cometer vários erros?







Sim, está tudo infinitamente pior do que esteve um dia.

Um comentário:

Anônimo disse...

minha querida, mão há nada de errado em errar. o pior é repetir sempre o mesmo erro.

para todas as outras coisas existem os irmãos de consideração. rá!

se cuida, viu?

=***