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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

What Difference Does It Make?

Ela sabia das estatísticas. Era nessa época que o índice de suicídio aumentava, porque a pressão em ser feliz era muito forte, uma cobrança que não cabia mais no peito.

O problema é que em sua indecisão não sabia como virar um número.

Sempre achou os pulsos um problema, muita sujeira e ainda a banheira nem ficava no seu quarto para dar aquele ar que devia ter.

A dificuldade da pólvora é que além do barulho, tinha cheiro ruim e era algo muito grosseiro, não tinha poesia alguma. E não queria seus pedaços espalhados pela parede, embora gostasse de lagartixas não gostaria de terminar de forma semelhante a elas.

Sua família era de hipocondríacos não assumidos e contava com um bom arsenal de balinhas, todas as cores e formas, tudo muito alegre. Mas qual a beleza de engolir e algo e não existir mais? De falir tudo por dentro. Era um pouco nojento também.

Sempre achou que a morte podia ser algo poético, porque entendia ela como uma graduação, uma sacada de sorte do destino, mas nunca teve muita sorte em nada, nem no bingo de feijões.

Uma queda. Isso sim era bonito. Enfim um espírito livre. Era a concretização do que acreditava, descontruir para construir novo. Deixar de ser, para tornar se outra. Derrubar conceitos e atitudes estabelecidos por alguém que não era ela.

E no bilhete “Vocês ficaram com o Natal e eu com a vida nova” ¹





¹ Frase original de Yuri Kiddo : "Vocês ficaram com a Natal e a gente com o Ano Novo"

4 comentários:

Toad - Matheus H. disse...

linda
o seu texto
é sobre um personagem tosco
imbecil
idiota
e demonstra a personalidade de alguem fraco
que realmente naum merece viver
que se mate então
sem ladaínha
sem lero lero
eu to falando do personagem
que blablabla ridículo
quer ter um ato poético? Escreva uma poesia.
Quer dar fim aos seus problemas, se mate, e não encha o saco das outras pessoas.
Se mate em frente a um necrotério, ou cemitério afim de dar menos dor de cabeça aos seus familiares.

Yuri Kiddo disse...

eu vi mais do que minha frase no seu texto.

Anônimo disse...

Suicídio é a atitude mais egoísta que um maldito ser humano pode ter.

Unknown disse...

é difícil fazer da morte um ato de ascensão.
mas acho que quando alguém tem a convicção de que é isso que ela é, significa que deu a hora e qualquer que seja a grafia do ponto final vai parecer mais uma exaclamação.

gostei bastante, Milla.
beijo