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segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Plans for the future

Hoje eu acordei e tudo parecia infinitamente igual à ontem. Mas ontem eu tinha os seus olhos e hoje eu tenho essa janela e o mundo lá fora. Levantei e fui procurar pela casa indícios de qualquer coisa boa. O problema é que minha cabeça foi junto. E ela me fazia lembrar cada segundo. As nossas palavras sendo trocadas naquele silêncio que enchia o quarto. O seu rosto me pedindo para falar. Mas eu não queria falar. Eu queria ficar comigo e você estava aqui. Hoje, eu queria você e você não está. A gente não tá certo. Somos, quando não deveríamos ser. Não é a mesma sintonia. Nem a mesma música que nos vem a cabeça quando falamos uma palavra.

Ontem, eu falei com o meu amigo e o meu amigo me explicou todas essas coisas de relacionamento que eu nunca entendi. Enquanto ele falava eu seguia o seu olhar perdido na sua namorada e pensava que nunca vou encontrar alguém. Eu sou possessiva. Obsessiva. Me guardo com facas a riste. Meu coração todo fodido, lacrado, escondido depois que ele levantou com o sorriso sarcástico. Mas, ontem era você e como eu queria que tudo desse certo. Como eu queria anular minhas dores para te olhar nos olhos.

Menino, queria te emprestar calma, mas há muito desespero aqui. Vagava pela casa atrás de você. Mas tudo era só lembranças. O telefone tocou. O telefone me irrita. A casa me irrita. Essa vida sem você me irrita. Talvez, o da noite passada não tenha aprendido a dividir silêncios. E eu preciso dos silêncios. Divididos ou solitários. O silêncio me salva. O meu respeito por ele abafa meus gritos. Deixo tudo aqui dentro. Ando pela casa. No telefone, era a minha garota, a única que entende tudo. Entende meus silêncios. Conhece o meu esquecimento. Dá risada quando eu falo que esqueci minhas senhas, onde guardei as cartas do banco, que perdi a dois minutos a minha agenda. E nós nos falamos. Então eu sorri e tive a certeza que eu vou amá-la para sempre. E quando eu estiver toda cansada e fodida, sempre vai ser ela quem me tirará de lá. Soulsister, como eu te amo.

Desliguei o telefone. Continuei andando pela casa. Parei na janela e por dois segundos achei que tinha encontrado lá embaixo. Não era você. Era a minha paz escondida atrás do rosto de qualquer um com a pressa que eu também já tive. O tédio e o marasmo preenchem o meu quarto. Você, que não é nenhum deles. Você, que não tá aqui quando eu preciso dividir o silêncio. Você, aparece?


3 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, essa sua soulsister deve ser uma pessoa sensacional. Ainda bem que tenho a minha também.
É uma que me atura uma tarde inteira quando eu estou um porre, uma com quem divido silêncios (que pra mim também são preciosos), e até o meu segredo mais bem guardado (até ontem).

E pois é... possessiva-obsessiva você. MEDO.
Agora a gente precisa de mais uma tarde pra discurtir se guardar-se com facas à riste serve pra alguma coisa no fim das contas.

Vai que é por isso que ele não aparece na janela?


AMO.
=*

Yuri Kiddo disse...

beirou o piegas, mas seguiu firme! ^^
o primeiro parágrafo tá impecável su

ligiazm disse...

eu quase chorei nesse e sem mais.