Errei. Por tudo aquilo que não consegui ser. Pelas coisas que não te fiz enxergar. Os olhares que neguei e os que dei cheio de vazio. Errei quando me neguei a coragem que sempre guardei com tanta força.
Nem sempre falar é fácil. Falar o que para mim significa escrever. Eu faço as coisas do jeito que sei fazer. Todas as particularidades e os detalhes nos quais me apego tanto. Com a voz as palavras fogem e eu não consigo pensar antes delas sairem. É nesses escorregões que tampo os olhos morta de vergonha de qualquer pessoa que sem querer quase passa a saber demais. Eu vou sempre andar por essas ruas, confusa, às vezes sozinha, para encontrar alguém ou pra fugir de mim.
Não importa. Sem planejar o meu fim. Sem lugar. Sem rumo. Sem amarras em país ou cidade nenhuma. Me perguntaram quando eu vou. Daquelas coisas que eu falo em fazer, você sabe. Sem querer eu me peguei pensando em você também. Além da sis e da mini me. O resto não precisa de mim. Nem você. Mas eu queria te fazer enxergar e sorrir. Aquelas coisas que tornam shows mais reais e a vida mais colorida. Sem entorpecimento. Sem problemas grandes demais. Sem qualquer coisa que vá te fazer doer. Porque não me interessaria assim. Eu quero a sua sinceridade como eles pedem a minha.
Quero acordar com você no celular e não com ele que me acordou hoje. O cara, o Chico Buarque, o show e a insistência dele. Em parte é culpa minha, eu não fechei aquela porta quando sai, mesmo que não vá voltar. E eu não sei insistir. Porque é destrutivo insistir sem fé nenhuma. Mesmo que a confusão não me deixe ver nada claro. Meus olhos estão fechados. Meus ouvidos seletivos. Minhas verdades endurecidas.
A sua presença enquanto eles cantavam o meu passado. A música que foi dele. Que eu ouvi por ele, falei pra ele, fiz ele gostar. Você pegou todas elas e as deixou tocando na minha cabeça hoje sete horas da manhã quando eu chegava em casa com aquela rosa em botão.
Dessa história o descarte, eu deixo para mais depois, as pessoas entenderam tanta coisa. Acharam. Acreditaram. Algumas vezes viram tudo aquilo como verdade. As mãos dos outros onde eu queria as minhas. Faz parte me perder no ar. Faz parte caminhar como a garota mais confusa e agitada do mundo. Procurar nos outros olhos os seus. Mesmo que nunca vá encontrar, é um daqueles detalhes que não sei explicar.
Nessa história quando colocarmos as cartas na mesa por delicadeza eu vou aceitar.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
a ficção dos detalhes
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3 comentários:
Errou mesmo?? Tem certeza?
E, nos jogos dos dados, eu me senti um pouco mais seu amigo.
Um texto seu.
Quando colocar as cartas na mesa...
A toalha é de que cor?
^^
Metáforas a parte, gosto dos seus textos.
Cada vez mais imersivos, no sentindo de imergir que esta lendo com sensações e questionamentos.
Very well...
see ya
Menina Su
Demorou meu comentário aqui mas veio.
Talvez não quem vc queira, mas consegue fazer muitos sorrirem ;-]
Perfeito o título by the way.
=*
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