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domingo, 5 de outubro de 2008

War, em um tempo de paz


Olhava a vida como aquele tabuleiro, garrafas e cinzeiros na mesa, os sorrisos em todos os rostos. Aquele papelão divido em seis regiões e a minha vida da mesma forma. Família, carreira, amigos, sonhos, realidade e amor. Contrariava todas as leis dos homens quando sonhava em silêncio e me esquecia naquela paz divida com pessoas levemente conhecidas. Sempre precisei do inevitável se apresentando aos meus olhos infantis. Minha malícia é piada e minha arma principal é o sorriso.

Cada uma das regiões guiadas pelo número de exercítos, de pessoas, de povos, de amigos, cada parte da minha vida é preenchida exatamente como naquele tabuleiro. Cada um tem a função principal de ser um.

Minha família era a parte turbulenta e a minha região de paz. O sorriso da minha irmã. As diferenças com minha mãe. O jeito calmo do meu pai. Demais para serem poucas palavras.

A carreira sempre ocupou um espaço enorme dos sonhos, ali eles também estavam um ao lado do outro. Diante deles o amor. Esse mesmo amor que sinto por todas as pessoas e histórias, pela coragem e pela vida, o amor sem preconceitos, pela liberdade e pela diferença, por tudo que é igual em um ponto só. Por tudo que é diferente em vários outros. Por todos os caminhos. O amor que me faz andar ou parar.

A realidade esteve o tempo inteiro por perto, era tudo um bloco só. Amor, sonho, amizade, trabalho, carreira e a realidade. Porque eu amo tudo que vejo como real mesmo que pincelado de sonhos. E o resto eu só suporto porque é real demais para ser ilusão. Como o abraço sincero de um amigo.

Os amigos dominavam o tabuleiro inteiro. Representavam os continentes e me mantinham diante dos outros lados. Guardavamos tudo em sorrisos. Era a nossa maior arma de guerra. Meus amigos são aqueles que sabem rir de si mesmo, homens ou mulheres que sabem o valor de ser autêntico. São aqueles livres de todos os preconceitos. São os que me fazem sorrir. Os que me dão noites intensas ou calmas. Amizade é o lugar que escolhi para estar. Sempre.

O jogo não acabou. O tabuleiro foi virado pelo vento ou por algum estabanado. Sorrimos por fim. Era tudo isso. Como em uma guerra, só procurávamos a paz.

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