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domingo, 15 de julho de 2007

Caminhos e desamores

Nunca tive muita sorte com amores. Minha vida é marcada por tentativas frustradas de romance. E na maioria das vezes, acredito que sou a grande culpada pela falta de sucesso na busca por um alguém. Eu faço tudo dar errado, para que alguém não o faça por mim.

Talvez seja trauma. Voltemos ao meu passado. E dessa vez vou longe. Na minha sala do prézinho éramos em 14 crianças. Seis meninas e mais oito meninos. Tudo começou no dia dos namorados, quando voltei com oito presentes para casa. Eram batons, canetinhas e presilhas. Depois dos presentes, vieram as ameaças: “toma cuidado, amanha vou te beijar no intervalo”. Sério, era tortura psicológica! Quem disse que era desse jeito que se conquistava uma garota de seis anos?! E isso durou algum tempo, até eu não agüentar mais a pressão e começar a faltar na escola. Minha mãe ficou preocupada, contei tudo, e no dia seguinte a diretora veio até nossa sala conversar sobre garotos, garotas e “o amor”.

Depois de uma grande paixão não correspondida durante a segunda série, passei por um vácuo sentimental. Pulemos para a oitava série, primeiro beijo, que acidentalmente foi no garoto que uma amiga minha amava em segredo. Se era em segredo, como eu poderia saber?! Descobri do pior jeito, sendo chamada de piranha pela minha amiga no meio da rua numa festa de 15 anos. Credo.

Esqueci de comentar sobre a tentativa de primeiro beijo. É, ela existiu. Foi na feira, matando aula de filosofia, que depois me renderia uma advertência. Era o cara certo, por quem eu tanto tinha esperado e que, lógico, não sabia nada sobre eu nunca ter beijado ninguém. Conversa vai, conversa vem, o assunto some, ele pega minha mão, vem chegando, se aproximando, eu fecho os olhos, e... beijo o nariz dele. Até hoje não sei se aquilo era realmente o nariz dele, só sei que mandei parar tudo e confessei. Disse que era bv e não tinha a menor idéia do que estava fazendo. Ele foi bem compreensivo, esperaria até quando eu estivesse pronta. Depois do primeiro, e do segundo, ele foi o terceiro. De quem eu guardo boas lembranças.

Durante o colégio tive um belo começo de relacionamento, que não acabou tão bem assim. Eu tenho esse incrível poder de me enjoar muito fácil. Pobrezinho. Ele era todo certinho, e bonitinho, um amor. O problema era eu. Na primeira semana estava tudo bem, já na segunda pedi para conversar e completando 15 dias decidi acabar com aquela enrolação que não nos levaria a nada. Mesmo eu não sabendo qual nada era esse. Acho que eu mal sabia para onde um relacionamento deveria me levar. Bom, ele não entendeu meu ponto de vista, e preferiu não falar mais comigo.

Triste, mas meu relacionamento mais longo durou esses 15 dias. O tanto de dias que levo pra me enjoar de alguém. Pelo menos de alguém que não amo. Porque se eu amasse, ah, daí seria diferente. Um dia eu ainda vou amar. Mesmo que eu tenha 30 anos e uma bunda enorme. Vou continuar esperando meu Mr. Darcy.

7 comentários:

Milla disse...

Nossa Tata...
Incrível como seus textos tem sua idêntidade tão forte.
é possível ler e imaginar vc contando a história.
E nem se preocupe que vc acha seu amor antes dos 30 e da bunda gorda....ahaha
Beijo!

Ana disse...

me encontrei um pouquinho aí no meio ^^
céus! um Mr. Darcy compensaria a mais angustiante espera!
e certamente superaria com bastante facilidade esses enjôos súbitos

aaai ai, um Mr. Darcy...
beijo

ligiazm disse...

oito presentes? um de cada um da sala?
eu não era tão pegadora assim na infância. me senti mal agora! verdade. :(

Acacia disse...

Ahhhh, Tata!
Vc é linda e muito legal.

Deve ter alguém aói que te faça perder o chão e vice-versa!
Beijos

Anônimo disse...

me indentifiquei MUITO com esse texto, Talita!

Pq a gente tem a terrível mania de acabar com o nada, sem ao menos saber qual era esse nada, sem experimentá-lo direito????

=/

bjus

Anônimo disse...

HAHAHAHAHAHAHAHA, PEGADORA MASTER NO PREZINHO!



Esse é o melhor texto da segunda edição!

Ogami disse...

Essa coisa toda de relacionamento é complicada.
vive fodendo minha vida, no bom... e as vezes no mal sentido.
Mas que há de se fazer...
Não se preocupe, chega uma hora em que todo mundo ama de verdade, e acho que você não vai precisar ter um bunda grande gorda e enorme.
É só esperar... tente matar mais aulas e ir pra feira... quem sabe?