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domingo, 15 de julho de 2007

Ciclo Centrífuga

Tudo volta. O recomeço parece apenas insistência de algum fato mal resolvido. E, quando aquela sensação de ‘vida nova’ estimula o otimismo, pode-se esperar um gancho puxando experiências anteriores como se elas jamais se desvencilhassem por completo da contemporaneidade. Já não servem como alicerce para os projetos futuros, ao contrário, elas perseguem toda oportunidade de desenvolvimento lembrando das falhas anteriores e induzindo ao mesmo erro.

Como ressaca do mar em uma praia poluída e triste, pessoas que via há tempos com olhos esperançosos hoje vejo afundando nos velhos hábitos inconseqüentes, em seus velhos ideais inconsistentes. Freqüentemente se arrependem, mas logo se esquecem das promessas de mudança, criando o movimento cíclico. Apreciam a constância da felicidade sem qualquer objetividade até que ela se esvaia e, então, a procuram pela mesma fórmula. Eu e essa maldita mania de querer complicar! Sentir-se bem deveria bastar.

Planos e atitudes iniciais de quem pretende mudar e conhecer outra perspectiva. Tudo de novo em uma nova tentativa de buscar resposta para aquela antiga dúvida a respeito de finalidades. Outra complicação à toa essa de se preocupar tanto com o fim das coisas, demonstrando tamanho desmerecimento pelo recheio da história. A questão é exatamente a repetição que ocorre nele. São sempre contos diferentes de temática semelhante, e acabo os relacionando a um intento comum.

Não é possível atribuir culpa alguma nesse processo que engloba todos os tipos de mudanças e, ainda assim, acaba igual. É cômodo haver diferentes caminhos a serem seguidos e em cada momento especial poder optar por um distinto, embora se mostrem ruas desembocando em uma mesma praça. Só não o é imaginar que toda variação seja só parte de uma fase, sem uma importância substancial para atingir algo que nem se sabe exatamente o que é.

Parece até desesperador agregar as melhores e piores experiências vividas ao desconhecido objetivo, o qual é ambicionado a cada novo ato repetido. Portanto, retalho delas o seu diferencial e guardo num cantinho à parte dessa pouca vergonha de mesmice. Pequenas e adoráveis lembranças mutantes de um processo estagnado. E logo volto ao ciclo.

4 comentários:

ligiazm disse...

eu não entendi nada, completamente nada. e para mim, tu escreve como "o fabuloso gerador de lero-lero".
mas, estranhamente, gostei do texto. principalmente da passagem "pessoas que via há tempos com olhos esperançosos hoje vejo afundando nos velhos hábitos inconseqüentes, em seus velhos ideais inconsistentes. Freqüentemente se arrependem, mas logo se esquecem das promessas de mudança, criando o movimento cíclico"

sei lá... tenho problemas estomacais. deve ser.

Acacia disse...

Ana.

A força centrípeta quase sempre nos leva a voltar ao ciclo. Precisamos cortar o fio que nos liga ao centro. Mas como?

Gostei muito do texto.

Ogami disse...

Veeery veery veery good!
Não é a toa que a músiquinha tema do Rei leão chamava-se, Ciclo da vida, não é?
Vai, volta, vai.. e no fim... meia mussarela meio comodismo.
Bom texto menina Nana...
Enfim, acho que estou começando a gostar desse lugar.

Hugo Moura disse...

Ana,
seu texto está muito bem escrito.

Talvez um pouco estranho ao primeiro olhar, mas isso é por causa da grande dose de subjetividade dele.

Mas é bom! Gostei e indico.
Vc escreve parecido com uma amiga minha. [acho que mulheres se dão bem nessa parada de escrever coisas subjetivas/emocionais/sentimentais]



http://nossomundoimundo.blogspot.com/