Me larga, me solta, não encosta em mim. Se um dia você teve esse direito o jogou no lixo junto de todas as palavras de amor que desperdicei com você. Tira suas mãos da minha cintura, seus lábios do meu pescoço, não toque em mim. Te odeio hoje, como daquela primeira vez em que você não me ouviu. Ultrapassou os limites, me guiou erradamente, me errou.
Maldito beijo, dado quase roubado. Minha sina começou, minha tragédia pessoal, amparada por pecados e traições. Não era pra ser, tantos desconfortos, mentiras e dores. Nós sabíamos que não era pra ser, eu sabia. Te odiaria por não ter feito aquilo, te odeio por ter me desrespeitado e continuado aquilo que te pedi e implorei nos meus olhos. E a cada toque me perdia, não era mais eu, minhas convicções me deixavam, fingia ser alguém, naqueles segundos, feliz.
Ferindo outros, maltratando meus sentimentos, desrespeito. Era tortuoso e, ainda assim, amor. Da forma mais suja, mal-acabada. Era amor. E nós não percebíamos, ríamos cinicamente, debochávamos das emoções. Todas elas ali, sendo vividas e amadas e beijadas. Respiradas, sentidas. Mordidas, devia machucar, era amor.
Me larga, me deixa, eu te amo. Me pega, me beija, não me larga. Nunca. Nem por um minuto, nunca. Se finjo não vivê-lo a dor some, mas o desespero toma o lugar. Agonia, aflição, não me deixa. Me abraça mais forte, me beija mais forte, fica aqui comigo. E não me larga nunca. Morre comigo, morre por mim. Me mata, mas não me larga. E me beija, de novo, cala minha boca.
segunda-feira, 24 de setembro de 2007
Doente
Postado por De Lancret às 01:34
Marcadores: Talita Galli
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3 comentários:
Eu já te disse da angustia que o texto me causou.
Ficou muito bom Tata!
Muito mesmo!
Beijo
:o
que-fo-da!
[comentário deletado]
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