Quero falar o que já falei outras vezes, mas queria ter dito ontem também. Sua lembrança esmigalhou meu peito sabe? Em alguns momentos fiquei meio besta e meio muda, porque quase não conseguia me mexer. Eu estar ali e você não, era ironia demais. A maior cretinice do destino.
Não estar por perto já é a piada mais sádica que qualquer um podia ter feito, mas não você, né? No meio de tanta gente tinha um buraco bem do meu lado. Um vazio que não cabia multidão.
Um outro amigo meu disse que temos que viver a vida como se fosse o último dia, mas não daquela forma clichê e desesperada que pregam os livros de auto-ajuda, de um jeito mais sutil, verdadeiro e possível. Ontem enquanto eu molhava meu rosto com um choro contido de raiva da sua ausência, tudo o que ele me disse serviu bem.
Eu sempre deixei claro meu carinho por você, teve tantos pequenos gestos e frases soltas que ainda hoje me fazem rir. De como éramos e do que poderíamos ser. Só que você foi embora e eu não.
Da última vez até parece que você se despediu, como que sabendo que não nos veríamos mais. Eu odeio ter que me contentar com pouco, e o máximo que posso ter sobre você são sentimentos de lembrança e saudade. Mesmo não cabendo a mim, não concordo com sua partida.
Então eu queria mesmo dizer que você fez muita falta ontem, como faz todos os dias e que eu chorei por raiva de não ter sua companhia, que aquele momento era seu, mas como você não estava lá, eu estive, e pensei em você como minha única forma de te fazer presente.