Sabe, é muito ruim fazer as coisas sozinho. E desde que a casa tenha só minha presença e o som no último volume, eu me divirto. Mas não é a mesma coisa. Meu reflexo no espelho é a única forma humana que eu tenho visto e sujar os pés com a terra avermelhada do quintal não tem a mesma graça.
Ontem eu saí. Dei umas voltas com o meu irmão, que eu não via há algum tempo. Foi um bom momento. Eu sentei ao lado dele e de sua namorada enquanto a gente ouvia o som de uma banda ensaiada que tocava legal, até. Eu pensava e pensava e em vários momentos, aquela coisa me inspirou. Mas eu sabia que quando chegaria aqui e voltasse a dar o play no som e na minha solidão, as coisas piorariam.
Daí eu passei o dia todo me guardando para os prazeres efêmeros que eu tenho, quando estou sozinho. E acredite, nem andei pelado pelos cômodos dessa vez. Observei a tarde dançando comigo e me empolgando com as várias possibilidades de ter um dia bom. E o sol se foi. E eu olhei pro céu e lembrei daquele lance da lua ser a mesma aqui e lá, e aí, e em qualquer lugar.
Desci até a cozinha e abri aquela garrafa de vinho, guardada pra quando você viesse. Mas você dificilmente viria pra cá. Então, ela me fez companhia por algumas horas. Só algumas horas e eu estava olhando pro céu, novamente, procurando a lua onipresente que, veja você, se escondia essa noite.
Mesmo assim, coloquei na minha caixa de mp3 a música que move nossos pés enquanto estamos na sala, abraçados. Dei voltas no meu quarto e, sincronizado à ultima nota, a campainha tocou. Desci pra ver. Você sorria. Eu, já não era mais o mesmo.
Era novo.
domingo, 27 de julho de 2008
The same. But better.
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