Primeiro ela tirou o esmalte vermelho das unhas e depois resolveu arrancar as próprias unhas. Olhava no relógio, mas o tempo insistia em ser clichê e não passar.
Tinha algo estranho entre eles, algo que precisava ser consertado. Não era nada grave, porque ela tinha certeza que o amor que sentiam era maior que qualquer coisa.
Correu até a garagem e abriu o portão. Ela o beijou, mas não o sentiu. Entraram e sentaram no sofá.
- E aí? Está tudo bem com você? Estou curiosa – falou de forma descontraída tentando não demonstrar o medo que estava sentindo.
- Eu sempre fui sincero e direto com você. Prometemos não mentir ou enganar um ao outro, você se lembra desse nosso acordo, não lembra?
- Nossa claro que lembro. O que houve?
- Não posso mais continuar com você.
- Se você fez algo errado eu te perdôo, porque te amo demais e não vivo sem você – disse desesperada.
- Eu jamais ficaria com alguém que não amo, você sabe disso – ele disse com um olhar sério.
- O meu amor é o suficiente para nós dois. Eu posso te fazer um homem feliz – disse com um sorriso torto, resultado da mistura comum entre o amor e a dor.
-Quando eu digo "eu te amo" é para sempre - ela disse sentada no sofá.
-Quando eu disse "eu te amo" foi passado – ele disse indo embora, deixando a sala vazia.
Ela não o amava só com o coração, mas, também com o corpo, com a alma, com toda sua essência e aquela sinceridade tão brutal estraçalhou tudo o que ela era. Pensou que talvez a verdade fosse só uma forma absurda de ser infeliz e naquele momento queria a mentira que era o amor dele. Queria a mentira que precisava para ser feliz. O amor que só ela amou.
Um comentário:
Nossa ... que triste !!!
=(
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