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domingo, 24 de agosto de 2008

CarNavalha

Certamente ouviria tudo o que soubera das conversas alheias, nunca tinha experimentado a forma que trouxe à tona todas aquelas assustadoras formas. Certamente, sentiria mais completo depois de vivenciar as mãos no cabelo, o suor pelo corpo e um roteiro de improváveis caminhos que a língua traçava. Mordida e lambida. Arrepio com chupadas na nuca e uma febre difícil de controlar.

Tudo era parte de um enredo já batido, quem nunca o fez? E batia com força, quando se encontrava só. A vida não fazia tanto sentido, o sangue subia, procurou a vida em outras, a mão em objetos desconhecidos, o prazer nem sempre na boca, nem sempre em seu objeto. Morder ou olhar?

Depiladinha! Uma busca até o jorro. A intimidade se limita em cada gemido, a carne é quente e frita no colchão. É melhor parar, meu amor, se não vai inflamar! O selvagem está além da razão. 101 dias, o que é monótono agora? Escondo as chaves, sua fechadura é sempre um alívio. O que é brega dá mais prazer, encha a boca com o chulo, encha-a com o baixo, o suco. Uma refeição inteira.

É assim que se come. É assim que se fez quando aprende que o assustador é ser mais animal, menos gente. Mais parte do mundo, menos da sociedade. Meio ano de prazer. Lamba os dedos, sua boca tá suja. Qual é o seu nome, mesmo? Sai de cima e agora tira. Com tantos outros, é fácil achar um pedaço em cada corpo. O arrependimento bate quando acorda em mais uma cama estranha, sem sentido ou nexo. Mas desde quando a razão acompanha o sexo? O batuque desse samba não dorme, é eterno.


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