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domingo, 21 de setembro de 2008

Casulo

Há aproximadamente dez anos atrás eu comecei meus estudos. Muitos diziam ser ridículo, gênios diziam ser uma lenda, filósofos romantismo, psicólogos alucinação, matemáticos indecifrável, mas conforme meus testes e analises a probabilidade existia e, portanto, era uma teoria a ser estudada. Einstein já havia desacreditado tal fenômeno em 1939, quarenta anos depois eu procurava comprovar o contrário: das estrelas nascem os buracos.

Dias e dias no laboratório, sem comer dormir viver. Minha energia era comprimida junto aos astros, as fusões nucleares o criavam e me destruíam. A cada passo errado, os cálculos iam para o espaço, minha cabeça explodia e eu sentia que o tal buraco negro só se formava em minha cabeça.

Horas e mais horas de dedicação. Meu peso diminuía conforme a massa das estrelas ultrapassava o sol. A densidade se colocava contra o volume, me atraindo para o caótico breu imaginário. Toda luz captada o fazia cada vez mais negro. Meu cérebro, o tal buraco.

Assim como toda a matéria era extinta, minha sanidade corria perigo quanto mais eu me aproximava de soluções. Teoricamente, o astro exerceria forças que destruiria agressivamente qualquer corpo. Só a distância me separava desta energia, minha mente já trilhava o caminho rumo ao fim. Como resultado, a auto-degradação de uma mente fértil.

A lagarta não se transformou em borboleta. Não resisti à morte de minhas estrelas, o buraco me engoliu por inteiro.

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