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domingo, 21 de setembro de 2008

O Buraco

Arranhei a parede em busca de um aborto
Com os dedos em carne e sangue,
Me abracei na procura de conforto
Do lado de cá é tudo muito abandonado
E fico preso sempre aqui do outro lado
Minha sede pede água e eu apelo à trégua
Nada além de mágoa na ausência que me cega

O que eu quero não tem nome
Não tem definição
Estou preso em mim mesmo
Nessa minha obsessão

O portal da liberdade,
Ou o início da prisão
Mofo junto com as paredes
Aguardando uma decisão

O buraco que liberta
Que esconde e alimenta
O buraco é a meta
Minha vitória lenta
Sem objetivo

Não sei se já morri
Ou se ainda estou vivo

O que acontece agora?
Me diz o que tem de errado
Me diz o que tem de errado em mim
Aqui dentro do lado de fora
Não sei se é o começo
Ou se já cheguei ao fim

Um comentário:

Toad - Matheus H. disse...

Gosto de rimas!
Ficou ótimo.
Pesado e poético.