Conhecendo de antemão o prestigioso futuro ao qual rumava, começou a se questionar sobre o lucro do grande sucesso com a comemoração solitária. Aspirava promoções, contatos importantes, resultados financeiros, imensa visibilidade e recorrentes superações de metas diminutas.
Por entre corporações e finanças em um escritório humanamente inóspito, produzia maquinalmente e refletia o espírito que lhe era esperado. Ganhava remunerações exorbitantes pela colaboração e, pouco a pouco, o tato que lhe ainda mantinha as cédulas à mão se esvaia.
Na cadeira de seu cubículo, acreditava em congratulações mais expressivas pelo seu empenho e ansiava por ser visto individualmente por alguém também avulso. Estava à disposição de um humano desconhecido para distinguir o comportamento dessa espécie. A ambição tinha o acompanhado por toda a vida, mas agora se resumia a um sonho de desconstrução para que dela se constituísse algo mais sensato.
Perdia a fé nesta pessoa ilusória capaz de lhe recolocar em uma esfera real e sensível, enquanto se aprisionava cada vez mais no desespero. Foi por temor que insistia em se manter intacto com tal desapontamento. Foi para não esquecer ou desistir da liberdade almejada, que se conservou desumano na fortaleza.
Como um mal estar estabilizado no organismo já doente, embrulhava-se com a mera finalidade não ser desintegrado. Expunha ridiculamente o seu pedaço que demandava remoção.
domingo, 21 de setembro de 2008
Extrato
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