Se eu adiar todas as oportunidades, pode ser que um dia daqui muito tempo, ele se recolha ao pé da minha cama e então, arrependida, o diga tudo que sempre quis. Todas as coisas que ele gostaria de ouvir e eu ficaria extremamente aliviada em dizer. Os dentes que ele gostava de ver e desde então eles remetem desespero. Os meus olhos de paz, guiados por ilusão. O sentido todo vazio. O medo entravando cada pedaço do que eu chamei um dia de coragem.
As nêgas cantando coisas tristes no som do meu quarto mórbido. Como elas fazem agora, no meu quarto colorido. Do lado da estante com meus livros. Na frente de um dos caras que me prova a cada nova linha que amar é impossível de definição. Porque ele falou dos sentimentos ruins e neles eu vejo todas as coisas boas do mundo. O gosto dos outros. Algumas pessoas que falam, falam o tempo todo, e eu continuo acreditando no meu fone de ouvido e nos livros. Eu continuo acreditando no que comprei para ontem.
Você levou tudo quando carregou o meu coração. Debaixo do seu braço descansei minhas mentiras. Encostada no seu peito compreendi as palavras do mundo. Dentro dos seus olhos conheci a paz. Mas, tudo isso foi muito pouco para manter a vida nos trilhos. A minha calma no lugar. E o mundo parado. Tudo é sempre pouco quando a gente precisa manter o mundo parado.
Dentro da praça Roosevelt ou na Augusta, os meus fantasmas se congelam, algumas pessoas congelam as minhas expectativas e eu aceito tudo que tem para hoje. É o preço do meu amanhã e eu vejo em olhos sinceros que eu sou sujeito da minha história. O resto é objeto intransitivo, não dá pra manipular a vida e nem transformar ninguém em personagem. Tem coisas que vivem melhor em palavras e são nelas que fica minha falta. São em palavras que penso enquanto deixo as oportunidades esmurrarem a janela e continuo com o livro do cara na minha frente, dois dvds de filme bom me esperando, o celular desligado no sábado à noite e as músicas tristes como são as mais belas.
É quase tudo verdade, o resto, faz parte da página 853 de um livro sem fim.
segunda-feira, 19 de novembro de 2007
'Ficção é a realidade melhorada'
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4 comentários:
pois pegue sua caneta ponta de pena, a tinta e trate de escrever vc o fim dessa (e)história
Bjs!
Toad
Os fones e os livros nem sempre são verdadeiros, as vezes só servem de escudo ou distância.
Porque assim como vc mesma admite, nem tudo é verdade num certo livro sem fim ;)
Beijo
agora o livro já acabou né?
não?!
"Encostada no seu peito compreendi as palavras do mundo. Dentro dos seus olhos conheci a paz."
ai ai! =)
darling =*
Gostei Su. =)
Gostei muito. Dá outra poesia. Mas em outro tempo que não agora.
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