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domingo, 29 de junho de 2008

Daquiali.

Tem dias em que tudo o que eu uso pra manter obscuro e pouco nítido, reverte no jogo que eu criei para satisfazer minhas poucas habilidades. E o abstrato em que me encontro tão confortável, cansa. Eu preciso do frívolo, pintar fora das linhas e sentir a vontade só por dividir uma mesa e alguns cigarros com aqueles que sabem o que é isso.

Eu olho para todos os cantos e os quadrados são metáforas daquilo que eu vejo preso em cada um. Cada um no seu quadrado. Nunca uma besteira fez tão sentido. Encho minha caixa de haicais que nunca serão lidos por ninguém. Porque só eu tenho a senha. Eu tenho a senha e a mania de guardar tudo o que eu faço só pra mim. Não é egoísmo, eu te digo. É besteira.

Em pouco eu percebo que há muito menos nas minhas necessidades básicas do cotidiano. Resumo tudo o que eu preciso em poucas pastas de música, e meu trabalho rende muito mais com um copo cheio de cafeína. Porque no fim das horas, eu sei que encontro o melhor. É sempre assim, o melhor por último, pra valer a pena.

Tem dias que são como hoje. O sol está lá fora e tudo seria demais. Mas aqui nessa sala meu estômago ameaça uma gastrite que beira o bizarro, e as conversas não são das melhores. Eu me empolgo agora pra despistar as promessas não cumpridas. Então, peço desculpa se eu me irrito fácil. Me desculpe se eu não compareço nos horários nem nos compromissos, é só que eu prefiro viver assim, sem muita dificuldade. Sem muitas regras ou vínculos fortes como antes.

Talvez porque eu saiba que eu encontro tudo no final. Um beijo. O seu.
Só o melhor. Lembra?


* foto de lilian splets

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