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domingo, 29 de junho de 2008

Long Nights

Eu queria que você atendesse o telefone pra te dizer brincando que eu enxergo seu coração, que eu vi que ele estava acanhado e recluso. Eu percebi seu incômodo ao longo do dia, mas não tive coragem ou oportunidade pra chegar e dizer que pode contar comigo. Eu entendo a sua dor. Talvez não a entenda completamente, mas me sinto confortável para entender e dizer que sim.

Eu me esforço ao máximo para brincar e sorrir quando está por perto, porque meu sorriso amassado e torto fica natural, fácil e descontrolado, nos aproximando com as piadas toscas e diversas. E eu te descubro mais em conversas sérias de palavras difíceis e de extrema importância.

Tudo que eu não consegui dizer porque você não atendeu o telefone, e nem chances de caixa postal eu tive. Tudo que eu não consegui por vergonha e um monte de outras coisas, te digo aqui, porque aqui é o meu lugar e com palavras escritas eu posso ser.

As noites são longas às vezes, eu sei, você sabe. Mas é rindo que ela ri de volta pra você. E com você e os outros, estou desamassando meu sorriso e descobrindo chaves para portas fechadas.

Quero acreditar mais nisso que te digo, que você tanto insiste em dizer. Quero não precisar que você atenda o telefone para te dizer que estou com você, porque se realmente estivesse, te daria um abraço e te diria sem precisar ligar.



30/03/08
*Ilustração de Marilyn Manson

Um comentário:

Milla disse...

Nem sempre estar do lado significa muita coisa. Para isso é preciso um sentimento mais forte, de compreensão, como o que tem no texto e em vc.

Gostei muito.

=**